7 de abril de 2007

Quero um homem muito brasa…mas inteligente, será possível?

Missão impossível portanto. Cada vez mais me convenço de que se trata de uma verdadeira missão “Jamesbondiana” encontrar nesta selva urbana, ou quiçá mesmo na versão rural, um homem que seja ao mesmo tempo bonito, com um corpo interessante, lindos olhos, glúteos trabalhados, bíceps definidos, que saiba o significado de um bom perfume, que não sirva necessariamente como spray mata-moscas e uma roupa que não inclua meias brancas e camisas que mais parecem a toalha de mesa, e ainda preferencialmente que saiba distinguir um fato Zara de um Ermenegildo Zegna e finalmente que saiba quem foi Picasso e não confunda uma poesia de Fernando de Pessoa com a letra de uma música de Tony Carreira, é pedir demais eu sei…

Encontram-se alguns homens que conseguem quase quase chegar perto desta definição de homem brasa, apresentam no entanto um problema…quando abrem a boca! JESUS!!! Que jorrilho de disparates, que tremendas baboseiras saem daqueles lábios que até ao momento em que começaram a emitir sons com os quais tentam formar palavras, numa triste tentativa de criar frases minimamente articuladas, mas que se revelam buracos sem fundo, ocos de sentidos que roçam mesmo a definição de planetas sem vida, nos pareceram sexys.

Para citar um exemplo que ilustra o meu desespero: cabelos claros, olhos verdes, Porsche ultimo modelo, lindo de morrer, fato Hugo Boss, gravata Carolina Herrera, 1,85m de puro ginásio, cabelo cuidado, sem aliança e sem marca de aliança (este último um factor importante), enfim um verdadeiro sonho, mas claro “quando a esmola é demais o pobre desconfia” e aqui a “pobre” que não é diferente, apesar de receosa aceitou o “Olá” e correspondeu com um sorriso que era um convite a um começo de conversa num cofee break de uma Conferência chatíssima, e eis que qual não é o meu espanto quando o Mister Almost Perfect se dirige á senhora para pedir um café e…ERA GAGO.

Interrogam-se vocês e o que tem isso de mal?...o homem tinha um Porsche! Nada! exceptuando o facto de que me dava uma enorme vontade de gargalhar estridentemente cada vez que o tipo fazia uma tentativa de pseudo conversação. Porque mais parecia uma batalha contra ele próprio conseguir articular vocábulo, só me lembrava um carro velho a tentar arrancar num dia de Inverno. Enfim um desastre.

E um outro exemplo, (e este muito portuga), do tipo que apesar do óptimo aspecto, que em 10 palavras que diz, 5 são coisas como “beca” ou “bués” e apesar de nos conhecer há menos de 2 horas chama-nos coisas como “minha boneca”, e “minha linda”, OK! Esta última é de por os cabelos em pé a qualquer uma! Só me apetece perguntar: “Aulas na Escola profissional Zézé Camarinha certo? E com toda a certeza passas-te com louvor. Estás verdadeiramente preparado para engatar bifas, que não saberiam distinguir um homem que valha a pena nem que lhe caísse no colo e trouxe-se um cartaz dependurado do pescoço”.

Homens…pensem duas vezes antes de dizerem disparates. Não caiam no erro de assumir que a mulher que têm à vossa frente que é lindíssima, é burra e/ou cretina, POIS NÃO É! E mais! Sabe perfeitamente o que quer e como quer e quando quer e acima de tudo aquilo que não quer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Hum...já li este post várias vezes, porque apetece-me comentá-lo, mas ao mesmo tempo não encontro palavras para o fazer. Só consigo pensar que realmente nós mulheres temos tendência para complicar. Já dizia, e diz, um grande amigo meu. Que por mais decididas que estejamos em relação a um homem, acabamos por procurar qualquer coisa para apontar como defeito ou para, em última instância, implicarmos (difícil de aceitar que seja assim, mas tenho conhecido muitas mulheres que agem dessa forma). Tenho tentado afastar-me desta sua caracterização...mas às it's too hard. Porquê? Vejamos.
Primeiro Parágrafo - descrição de um ser completo, que deve existir por aí. Mas tal como mulheres perfeitas, difíceis de encontrar!
Sou mulher e assumo que adorava preencher esses requisitos todos...mas faltam-me alguns (poucos, diga-se de passagem).
Segundo Parágrafo - tenho tido oportunidade de trabalhar em (quase) igual proporção de homens e mulheres. E em ambos encontrei situações em que me apeteceu dizer "Shut the f*** up", tal era o chorrilho de asneiras. Mas isso é como tudo navida. Ela não está feita para ser totalmente perfeita, mas fornece-nos elementos para a tornarmos mais belas, mais autênticas, mais...vívidas.
Encontraremos ao longo da nossa vida todo o tipo de pessoas, e creio que é bom e saudável que assim seja, para percebermos com as quais vale a pena nos relacionarmos.
Sabermos o que queremos é óptimo, e ainda melhor quando podemos partilhar isso com alguém; mas também não podemos ficar presas por um qualquer desejo de um espécime perfeito que só vamos encontrar nos "wildest dreams". Há imperfeições que não precisam de se tornar "empecilho"; pelo contrário, até pode tornar-se uma espécie de desafio, em que procuramos ajudar o outro a melhorar/mudar/ultrapassar essa imperfeição.