1 de março de 2007

Porra pós homens, a teoria de que não são mais que uma casa de banho.

Não sabem o que querem nem como querem, nem onde querem, nem para quê, nem de quem. Muitas mulheres estão na mesma situação, mas muito provavelmente porque muitos homens as obrigam. Damos por nós a pensar da mesma forma. Para quê?? Porquê chatear-nos, investir, dar-mos algo de nós, sermos especiais, quando se dá um pontapé numa pedra e saí um gajo?

A verdade é se uma mulher estiver apenas interessada na questão física, minhas caras amigas, fácil!fácil arranjar quem mate essa coceira! mais ainda que respirar. O problema é quando algumas mulheres acham que é possível encontrar num homem mais que um apêndice com um pénis ( e na maioria este segundo nem é grande coisa, já para não falar no desajeitado que é o gajo que o segura).

Isto a mim só me diz uma coisa. Estamos bem lixadas. Porque, de facto a teoria de que os homens são como casas de banho é verdadeira: ou são demasiado limpos e imaculados e nem vale a pena entrar, ou são tão sujos que nem com as vacinas todas contra as doenças tropicais lá se consegue estar ou então estão mesmo ocupados. Apesar de que esta ultima, nos tempos que correm para algumas senhoras também já não é propriamente um sinal proibido, mas sim um aguçar de desejo, mas sobre isso falaremos noutro post.

Ah vivam as coisas que funcionam a pilhas, a nossa liberdade e o Benicio Del Toro!

27 de fevereiro de 2007

Será que a única coisa autêntica é a cerveja?

Os humanos preocupam-me. Ao reler o texto de Miguel Esteves Cardoso, apercebi-me de que cada vez mais as coisas não têm sentido, as pessoas vivem por viver, não existem razões, os sentimentos estão perdidos no limbo do egoísmo, as prioridades na vida deixaram de ser a felicidade, para ser coisas como um T3 num condomínio fechado.

Nada mais é autêntico. O fingimento já não é só do poeta, como dizia o grande Fernando Pessoa, mas de todos.

Vivemos num tempo de stress, de corrida, já nem conseguimos sentir o cheiro, o sabor das coisas, passamos pelas nossas vidas como se estivéssemos a assistir a um mau filme de série B. Que raio de existência!

Uma flor já não cheira como antes, a comida é uma coisa semi prensada, pronta a deglutir, os olhos já não apreciam a beleza como antes. Que raio se passa connosco? Que é daquela sensação de lágrimas não contidas pela felicidade, daquele sentir de borboletas no estômago quando vimos aquele alguém especial?

Já para não falar nisso, o que faz alguém especial? Antes, naqueles “outros tempos”, provavelmente era simplesmente o carinho, um olhar, o cheiro, a forma de falar, o respeito, os lindos olhos avelã, as mãos definidas, os beijos sentidos...hoje não. As pessoas têm medo de sentir, de amar, preferem um fast-food de sentimentos, prazer rápido e pouca conversa e nada de misturas na vida uns dos outros.

Será que um abraço, uma caricia, um olhar já não são mais autênticos? Não passam de esquemas engendrados por mentes à procura de objectivos friamente calculados? Isto preocupa-me verdadeiramente. Como vamos conseguir perceber a sinceridade em alguém, se os olhos e as mãos mentem?

Aceitam-se sugestões!

Uma notícia enviada por uma amiga.

Há de facto personagens complexos na literatura nacional, vejamos por exemplo Simão de "Os Maias", mas de facto este lançamento supera tudo, um tipo que escreve um livro cujo protagonista é o pénis, nas suas mais ínfimas variâncias, problemas, questões e dúvidas existenciais, do orgão em si e do apêndice que o segura...o homem.

Tomo a liberdade de chamar especial atenção para a primeira escolha de palavras do jornalista do Diário Digital: «O pénis anda a dar dores de cabeça a muitos homens portugueses (...)», só isto dava para um novo post...

Já o nome do livro «O pénis - da masculinidade ao órgão masculino», também daria origem a mil e uma ilações...mas vou abster-me de tecer comentários pelo bem da minha própria sanidade feminina.
E finalmente destaco a expressão utilizada pelo autor para classificar o pénis como «um dos mais aperfeiçoados órgãos copuladores da natureza», sim porque de facto o coração, os rins ou até mesmo os pulmões perto deste orgão são meros adereços. Enfim haja paciência!!!
Sexólogo Nuno Monteiro Pereira lança livro sobre o pénis
(in Diário Digital)
O pénis anda a dar dores de cabeça a muitos homens portugueses, insatisfeitos com o tamanho do seu órgão sexual, mas nem sempre por este ser demasiado pequeno, pois também há quem se queixe de o ter grande demais.

O falo, principalmente o português, é a personagem principal do livro do sexólogo Nuno Monteiro Pereira «O pénis - da masculinidade ao órgão masculino», acabado de lançar pela editora Lidel, com o qual o leitor fica a conhecer vários estudos sobre a identidade, o culto e as características deste órgão.

Trata-se de investigações que revelam, por exemplo, como andam insatisfeitos alguns homens portugueses com o tamanho do seu órgão sexual, mesmo que em algumas situações não existam razões (tamanhos) que o justifiquem.

Outras há que as legitimam e exigem mesmo intervenções, do foro médico e psicológico.
Nuno Monteiro Pereira sintetiza nesta obra a investigação realizada sobre a dimensão peniana do homem português, concluindo que o comprimento médio do pénis português é de 9,85 centímetros, quando flácido, e de 15,82 centímetros, em estado erecto.

Medidas que não ficam por aqui, pois nem todos os pénis portugueses se revelam iguais, ou não fosse este «um dos mais aperfeiçoados órgãos copuladores da natureza», conforme lembra o autor.

Na sua pesquisa, Nuno Monteiro Pereira confirmou o mito popular que atribui um pénis maior aos homens de raça negra, já que estes possuem, em média, um falo com 11,90 centímetros, em flacidez, e 17,64 centímetros em estiramento (alongado).

Pelo contrário, o especialista deitou por terra «o mito popular de que os homens mais baixos possuiriam um pénis maior», pois os mais baixos contam com menos centímetros (também no falo) do que os altos, da mesma forma que os mais gordos «possuem uma dimensão peniana inferior aos homens mais magros».

Os pénis têm, contudo, muitos mais tamanhos e feitios. Há o micropénis (6,2 centímetros flácido e 10,9 centímetros em estiramento), o pénis pequeno (en tre 6,3 e oito centímetros em flacidez e 11 e 13 centímetros em estiramento), o pénis normal (entre 8,1 e 11,7 centímetros em flacidez e 13,1 e 17,2 centímetros em estiramento), o pénis grande (entre 11,8 e 13,5 centímetros flácido e 17,3 e 19,4 centímetros em estiramento) e o mega-pénis, com mais do que 13,6 centímetros flácido e mais do que 19,5 centímetros em estiramento.

Existem pénis em Portugal com 1% da população (cerca de 50 mil portugueses) possui um megapénis, e muitos gostariam de o não ter. Já pénis exagerados (cujo perímetro em flacidez ultrapassa os 11,6 centímetros) encontram-se em 4,8% da população masculina (240 mil portugueses).

26 de fevereiro de 2007

Amor vs Sexo: a teorização de Rita Lee

o Amor é fodido...mais conversa para quê...

Era inevitável deixar neste blog as palavras de alguém muito mais sábio que eu nestas questões das relações, das pessoas...e acima de tudo, as palavras de alguém que não tem medo de chamar as "coisas" pelo nomes. Esse grande ícone da cultura nacional: Miguel Esteves Cardoso. Aqui fica a minha homenagem e profunda identificação.

ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.